sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lua de mel ou fel?


Por Cicília Pereira

Depois de um ano de preparação e despesas com o casório finalmente chega o grande dia. Frio na barriga, marcha nupicial e lá vem Lúcia. Linda e sorridente, naquele vestido desenhado especialmente para ela. As daminhas estavam impecáveis, os cabelos nem mexiam, jogavam pétalas de rosas para a princesa passar. Igreja lotada. Toda a parentela do interior veio cumprimentar a moça educada, estudada, mas que "vem sendo enrolada pelo noivo há sete anos", cochicha a tia que a noiva mal ouvira falar e nunca viu mais gorda.

Até aí, tudo normal. Mas, como diz aquele velho ditado, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Lúcia sabia que quando Carlos não aprontava na entrada, aprontava na saída. “Calma Lúcia! Pensamento positivo... Vai dar tudo certo”, pensou em voz alta. Num dia especial como esse, ela não poderia pensar diferente. Levantou a cabeça e com os olhinhos brilhantes, apaixonados, olhou para Carlos no altar.

Ele estava lindo. As mocinhas solteiras da cidade não desgrudavam o olho do rapaz, que por sua vez, lançava um olhar quarenta e três para uma delas. A noiva nada percebia. Estava deslumbrada com a cerimônia. Há anos sonhara com aquele momento, que tanto arrumou, para que tudo saísse perfeito e, saiu. O noivo esperava sorridente por Lúcia. Fez tudo como havia ensaiado na noite anterior. Tudo direitinho, como manda o figurino.

Estava firme e forte. Disse sim. “Ufa! Tô casada”, exclamou a noiva. Certa de que tinha fisgado o galã da cidade. O bonitão que tinha aversão à idéia de casamento. O esporte favorito de Carlos era “bulinar” as menininhas da cidade. Metade delas, inclusive, estavam no casamento, só para ter certeza de que ele ia mesmo cometer tal “suicídio”. Lúcia sabia o que carregava na cabeça. Era a chacota da vizinhança, mas não queria nem saber, estava apaixonada e casar com ele agora era questão de honra.

E tudo deu certo. “Graças à Deus!”, falaram num tom ensaiado, os pais da noiva. Conheciam a fama do genro e, claro, não apoiavam a união dos pombinhos. O “sim” já foi, a assinatura do livro também, então foram para as fotos. Muitos flashs... A noiva fez questão de contratar cinco fotógrafos. Parecia até casamento de celebridade. Mas o noivo logo se irritou com os clicks, queria mesmo é ir para a festa. Enquanto Lúcia pensava na camisola transparente e na calcinha sexy que havia reservado para a noite romântica e quente que teria com ele mais tarde.

Mas estava tudo bom demais para ser verdade. O noivo bebemorou todas na festa e no caminho para a lua de mel começou a passar mal dentro do carro. A noiva, que dirigia o veículo, parou no acostamento e Carlos saiu para botar pra fora o exagero. Só que ele mal conseguia ficar de pé. Deitou-se no chão e acabou adormecendo. Só acordou na manhã seguinte, dentro de uma ambulância, pois havia passado toda a noite de lua de mel jogado no acostamento. Ele recebeu atendimento no hospital mais próximo e reencontrou Lúcia. Eles fizeram as pazes e foram infelizes para sempre, porque Carlos mesmo depois de casado, continuou levando uma vida de solteiro.

Um comentário:

  1. olá pessoal tudo bem ? sou aluno de chico e estamo movimentoando os blogs!!! então estamos segundo um a outro para melhor vizualização blz ?! então adicona tb lá no blog da gente tá ?! www.jornalfocas.blogspot.com/
    espero que seja legal para todos essa idea!:D

    ah! add no meu pessol tb ! www.diariodeestagiario.blogspot.com/

    ResponderExcluir