segunda-feira, 11 de maio de 2009

E agora? Nasceu...

Por Michelle Ferreira

De mãe para filho!

A maior surpresa não foi descobrir que estava grávida. Mas, depois de nove meses de gestação, sentir em minhas mãos um bebê que era meu filho. Saber o que fazer com aquela criaturinha tão frágil, a cada minuto que passava se tornava um desafio. E agora? Nasceu. A sensação de ouvir o primeiro chorinho e saber interpretar era de imenso poder. Pois é isso o que uma mãe sente ao entender o filho sem que ele diga palavra alguma: poder. E ao lembrar que eu imaginava que mal conseguiria mudar uma fralda! Desconstruí todo o meu medo da maternidade. Eu sabia ser mãe. Eu era mãe.

Sair aos vinte e cinco anos da protegida e despreocupada categoria de filha para assumir imediata e inesperada posição de mãe é um pouco assustador. Afinal, passar a guiar a ser guiado não é nada fácil para ninguém. Mas, o desconforto logo é esquecido ao ver os olhinhos pequeninos daquele bebê tão inocente e passivo de muito amor. Muito amar é o segredo de todo esse desafio. Amor de mãe é inabalável e incondicional. “Daria pelo meu filho minha vida se preciso fosse”. Isso não é uma máxima qualquer. É uma realidade absoluta.

É desse amor que, nós mães, tiramos nossa vocação para criar e educar nossos filhos. É nele que encontramos as melhores idéias, paciência, sabedoria. É dele que tiramos as melhores atitudes... é um “sexto sentido”! Sexto não: amor de mãe é o “primeiro sentido” de uma mulher. Que nasce junto com o filho e logo se ordena na primeira posição. Foi nesse amor onde encontrei toda uma habilidade para dar o primeiro banho, trocar a primeira fralda, acalmar o primeiro choro, amamentar pela primeira vez... essa foi a principal de todas as etapas.

Desde o primeiro mês, durante a gestação, eu imaginava como seria e esperava ansiosa por esse momento que repercutia tantas dúvidas em minha mente. Jamais vou esquecer aquele momento tão lindo e único em minha vida! Os olhinhos de meu filho, cheios de lágrimas, esperavam, de alguma maneira, por uma atitude que o ajudasse a se acalmar. Nos meus braços, ainda meio inseguros, segurei pela primeira vez aquele bebê tão lindo e tão pequeno. A enfermeira do Hospital me dava todas as coordenadas... mas na verdade eu mal ouvia o que ela dizia. Minha atenção era toda e exclusiva ao meu bebê. E foi assim... como amar e ser amado. Nenhuma palavra é capaz de explicar.

A sensação era de poder! Novamente e sempre poder! É isso o que uma mãe é e sente. Ali, meu filho de nada mais precisava. Só de mim. Foi um momento lindo! Que me ensinou a ser ainda mais mãe. Essa foi a maior surpresa. Ser alguém capaz de amar incondicionalmente uma pessoa, um ser que simplesmente passa a existir em sua vida e que te rouba dessa vida muito de todo o seu tempo, sono, lazer, rotina. Mas que assim mesmo você continua amando, tanto e até mais a cada minuto, sem querer nada em troca. Isso é ser mãe. Isso foi o que eu me tornei depois que ele nasceu. E, de nada me arrependo, porque ser mãe é ter um dom. um dom que nasce junto com a nova vida que chega: o dom de ser incondicionalmente feliz.

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